Mesmo em Salvador, uma cidade que vê as características das sociedades esquecidas, descuidadas e abandonadas dentro de si mesma, as possibilidades de rejuvenescimento podem surgir. Dentro do projeto realizado por mo/co, intitulado "hibridação", surge a seguinte pergunta "O que acontece se nos afastamos das ideais emolduradas nas definições do dicionário e tentamos escrever uma nova história da cidade, com novos elementos, novas conotações, uma nova fusão de camadas urbanas e sociais?".
Como uma história onde o caminho não é apenas caminho, ele não somente se torna praça, mas também casa, pátio. A casa se torna rua e praça.
Sabia mais detalhes a seguir.
A resposta é um projeto feito do povo, pelo povo e para o povo, onde se utilizam práticas urbanas para descontextualizar e transformar conceitos ortodoxos do espaço público e privado.
As casas são tratadas como edifícios vazios, as ruínas são designadas como espaços privados e a falta de infraestrutura pública leva as pessoas a fazerem seus próprios ajustes em diversas áreas da cidade. Mo/co tem a intenção de adotar essa mesma metodologia, mas de uma maneira que confira importância aos espaços aparentemente invisíveis.
Através de um diálogo colaborativo entre os locais, as moradias se abrem como os espaços públicos para tornarem-se uma extensão da rua. Por sua vez, as ruínas articulam os espaços interiores ao longo de suas fachadas, sugerindo bibliotecas, propondo um museu de pinturas, e plantas, ervas ou bancos de flores indicando parques.
A hibridação do corpo urbano causada nas ruas, já deixa de ser linhas de conexão de um ponto ao outro, mas agora sim são lugares para hospedar-se, viver e descansar, tomando sol, brincando, dançando e lendo. Os visitantes poderão se aproximar do conflito, das narrativas em volta dessas pessoas e contribuir para a discussão sobre o delicado equilíbrio entre o público e o privado, fomentando uma maior participação da população sobre o uso previsto desses espaços.